Um lugar para os que são, os que ainda não são e os que não vão chegar a ser, conversarem e trocarem experiências.

Thursday, January 12, 2012

The Stalker



 - Você tá me entendendo?

- Tô, David, tô te entendendo...

- É uma mistura de romantismo com praticidade, e me diz, amigo, o que dá a mistura de romantismo com praticidade?

- Sociopatia...?

- Stalker, que eu sou fina!

- Isso!

- E os stalkers não têm relacionamentos, pelo menos não vivos, e eu não quero isso pra mim, né?

- Não, não quer.

- Mas é que eu sou old school, sabe? Acho perda de tempo essa coisa de carão, pose, tédio, cara de cu eterna.

- Mas o lance é que você deve dar tempo pras pessoas gostarem de você. Essa coisa de mil mensagens, textinhos e talz é coisa pra pé de ouvido, de conchinha, depois de um ano de namoro. Você precisa de vez em quando ser a princesa encantada, meu amigo.

- É, né?

- É.

- Não seria ruim ser a princesa encantada.


- Não, não seria.


- Então não envio.

 - Não envia.

- Me faço de blasé?

- Só um pouquinho.

- Mas nem um “boa noite/durma bem”?

- David!

- Ai, você também, nhem nhem nhem, que saco, não me deixa fazer nada.

- É pro seu bem!

- Se eu virar a velha dos gatos você vai ver só, me mudo pra sua casa com todos os quarenta, e vão cagar na sua cama...e...e... e eu nem gosto de gato, droga!

- Solta esse mouse!

- Eu tô olhando meu face!

- Nada de mensagens!

- Nem mensagem?

-Não!

TEC.TEC.

- David!

- Me deixa, tô vendo se o site da joalheria aceita a aliança de volta!



P.S - Nada como um texto para sacudir os demônios de nossos ombros!

Wednesday, January 04, 2012

Um conto erótico



Achei estranho a mão dele seguir a direção daquele biscoito. Dificilmente alguém sem intolerância a lactose se aventuraria pelos biscoitos integrais.

- Desculpa, pega você

- Não, não, eu insisto.

Pego eu.

Não foi preciso enveredar pelas introduções, o latejar do meu sotaque entregou mais do que eu pretendia.

 Reveillón. Já conhecia sim. Na casa de amigos.

Mas em breve já não falávamos de amigos ou biscoitos.

O azul dos olhos dele falava de locais. Eu não tinha, ele sim.

Havia algum tempo, disse. Até o primeiro paciente.

Dentro do carro, perguntou o que eu curtia. Respondi atravessando a parte de trás da sua calça com minhas mão, ultrapassando o limite da cueca. Até.

Ele riu. Ficou de pau duro, eu já estava fazia tempo.

Me deixou uns metros antes, me indicou a rua , o prédio e o número do consultório.

Disse que se o porteiro pedisse identificação eu deveria dizer que era paciente.

Do jeito que eu estava, se ele pedisse me pedisse identificação, eu o chamava para participar.

Mas passei sem qualquer interesse dele.

Em frente ao consultório, aguardei apenas alguns minutos.

Lá dentro, seguros, relaxamos.

Senti a consistência do seu pau. Grosso e decidido.

Senti o calor de sua boca na cabeça do meu.

Meu pau em seu rosto. Seu saco em meu rosto. Ao mesmo tempo.

Beijos, muitos beijos, como deve ser.

E aí foi minha vez de chupar.

Mordi-lhe o peito sem muita delicadeza, e o vi enlouquecer sem qualquer pudor.

Mais pau, pediu.

Isso não se nega. E deixei-o se divertir enquanto quis.

Até que.

 - Quer casar comigo?

Silêncio tenso.

Ora, estávamos em um momento onde não cabiam reticências.

 - Caso, caso com você.

 - Não! Gozar. Quer gozar comigo?

 Graças a Deus.

- Muito.

Ajoelhados no chão, um em frente ao outro.

Gozamos.

 - Vou aqui pegar uma coisa.

Meu castigo então?  Uma arma? Banheira de gelo sem os rins?

Apenas papel para limpar o gozo.

Me despedi.

Desci os degraus em direção à casa dos meus amigos a poucos metros do consultório.

Satisfeito.

É. O Rio de Janeiro continua lindo.