Salve o camp!
Olha, na boa, você pode falar o que quiser dos norte-americanos. Que eles são imperialistas, que comem criancinhas iraquianas...Mas uma coisa temos que admitir: eles sabem transformar bosta em ouro! Antes que me perguntem, digo que a resposta tem alguns quilos a mais, aparelhos nos dentes, sobrancelhas de taturana e mesmo assim consegue ser simplesmente maravilhosa. Adivinhou? Isso mesmo: Ugly Betty. É assim mesmo. Em inglês. A novelinha colombiana (Globo de Ouro 2007 de melhor programa de comédia) recebeu um verniz estadunidense e ficou simplesmente arrasadora! Como se não bastasse a personagem principal (Globo de Ouro 2007 de melhor atriz), desfilam pela tela toda uma profusão de mulheres fabulosas e poderosas, algumas deliciosamente malvadas e glamourosas cercadas de seus fies escudeiros não menos poderosos e incrivelmente bibosos, além de uns homems lindos também que ninguém é de ferro, né? Enfim, é um show!
Como resistir a um espetáculo que soube reler como ninguém o mito do patinho feio com tanto charme como Betty, que dia desses passou o capítulo todo vestida de borboleta? Como não aplaudir o seu sobrinho, uma bibinha de treze anos que não como flan para não engordar, assiste ao canal de moda e no Halloween saiu vestido de marinheiro, rodopiando pela rua? “Meu filho, marinheiros não rodopiam”, disse sua mãe, uma perua gostosona que vende herbalux (é, é aquele lá mesmo). Ao que o pequeno respondeu: “Eu não sou um marinheiro, eu sou Gene Kelly!”. Pra completar ainda temos uma supervilã interpretada pela ex-miss Vanessa Willians, que divide as aplicações de botox com seu empregado barra comparsa e uma participação mais que especial da mulher-tudo Rebeca Romijim como um transexual!
Ufa...
O que muita gente não se tocou é que esse tema mulheres poderosas e vadias + luxo beirando um delicioso mau-gosto é como mel para os gays de todo o mundo, é quase um chamado cor-de-rosa da natureza. Talvez por isso chama-se ”camp”, o brega gay!
Betty não foi o começo, este estilo já veio de longas datas, da Roma barra-pesada e suas festas ao Palácio de Versalhes, das festas anos 60 aos bailes de fantasia (fala sério, tem coisa mais biba do que baile de máscaras?)
Mas o camp lavou mesmo o seu querido pônei foi no cinema. O que terá acontecido a Baby Jane? A bela e a fera do Cocteau, Priscila – A rainha do deserto, O casamento de Muriel, o sublime Mamãezinha Querida, com Faye Dunaway interpretanto a rainha das “bitches”, Joan Crowford, e dando uma surra de cabide em sua filha pequena e o não menos sublime Hairspray, com uma (outra) gordinha fabulosa rodopiando em uma Baltimore infestada de ratos, muito laquê e John Travolta vestido de mulher.
Mas o camp lavou mesmo o seu querido pônei foi no cinema. O que terá acontecido a Baby Jane? A bela e a fera do Cocteau, Priscila – A rainha do deserto, O casamento de Muriel, o sublime Mamãezinha Querida, com Faye Dunaway interpretanto a rainha das “bitches”, Joan Crowford, e dando uma surra de cabide em sua filha pequena e o não menos sublime Hairspray, com uma (outra) gordinha fabulosa rodopiando em uma Baltimore infestada de ratos, muito laquê e John Travolta vestido de mulher.
Enfim, vamos recapitular: heroína lutadora? malvada poderosa com vestidos fabulosos e frases de efeito? Trilha sonora animadinha e bem assobiável? Camp na veia!
Alguém aí falou no Diabo veste Prada?